Ribeirão Preto, cidade pulsante
Praça XV de Novembro é o “marco zero” de Ribeirão Preto

Ribeirão Preto, cidade pulsante

A capacidade do maior munícipio da região de atrair pessoas e crescer, em todas as direções possíveis, surpreende

Localizada a 319 km da capital paulista, a cidade de Ribeirão Preto figura entre as cidades de São Paulo com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) “muito alto”, ocupando a oitava posição entre as mais populosas do estado — 29ª no país com maior número de habitantes. Estimativa divulgada pela Fundação Seade, com base em dados de julho de 2023, apontam que a cidade alcançou 704.874 moradores. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram contabilizadas 698.259 mil pessoas no Censo 2022. Considerada uma Capital Regional A, na hierarquia urbana do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cidade tende a se consolidar ainda mais como grande polo econômico. Com 39,38 % de sua população economicamente ativa — 283.614 pessoas segundo o Censo 2021 —, a cidade possui PIB per capta de R$ 55.484,91.


São 135.708 empresas ativas, um avanço de 17,26% entre 2022 e 2023. Isso segundo levantamento do Empresômetro, uma ferramenta do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que coloca Ribeirão Preto ocupando o 14º lugar entre as 20 cidades brasileiras com maior número de empresas ativas - 0,56% do total. Dessas, pouco mais de 5 mil estão inscritas na Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). São empresas distribuídas pelos mais diversos segmentos e que contribuem para o desenvolvimento da cidade.


Os ramos de atividade que mais geram emprego e renda são: comércio e serviços, indústria, setor automotivo, setores de saúde e educação em todos os níveis. Ribeirão Preto também é um psede do Supera —, com um grande número de startups, figurando entre os principais ecossistemas de inovação do país. O Supera Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, nascido da cooperação entre a Universidade de São Paulo (USP), a Prefeitura e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, atua como fomentador de inovações nas áreas de saúde, biotecnologia, tecnologia da informação e bioenergia.


O incremento nessas áreas fez com que a cidade fosse declarada, em 2010, polo tecnológico. Além disso, Ribeirão Preto também já foi conhecida como Califórnia Brasileira e Capital do Agronegócio — sendo a sede da maior feira agro da América Latina, a Agrishow. Atualmente, busca emplacar um novo título: Capital da Inteligência Artificial (IA).




REGIÃO METROPOLITANA DE RIBEIRÃO PRETO


Tamanha a importância de Ribeirão Preto para o estado e o país que no dia 6 de julho de 2016 a cidade foi institucionalizada, pela Lei Complementar Estadual nº 1.290, como uma nova unidade regional do Estado de São Paulo, a Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP), que compreende 34 municípios. É a primeira região metropolitana fora da macrometrópole paulista criada no nordeste do estado, e foi a 6ª instituída — antes dela estão Campinas, São Paulo, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Litoral Norte e Sorocaba. A RMRP se divide em quatro sub-regiões: Sub-região 1: Barrinha, Brodowski, Cravinhos, Dumont, Guatapará, Jardinópolis, Luis Antônio, Pontal, Pardópolis, Ribeirão Preto, Santa Rita do Passa Quatro, São Simão, Serrana, Serra Azul e Sertãozinho; Sub-região 2: Guariba, Jaboticabal, Monte Alto, Pitangueiras, Taiúva e Taquaral; Sub-região 3: Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Mococa, Santa Cruz da A capacidade de Ribeirão Preto de atrair pessoas e crescer, em todas as direções possíveis, surpreende Esperança, Santa Rosa do Viterbo e Tambaú e Sub-região 4: Altinópolis, Batatais, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Sales Oliveira e Santo Antônio da Alegria. Juntos, esses municípios somam 1, 68 milhão de habitantes, de acordo com estimativa da Fundação Seade [2021], e criam o 15º maior PIB do país, segundo o IBGE [2019].


Trata-se de um polo prestador de serviços, com grande destaque para o comércio e áreas de saúde e educação. São também relevantes as atividades industrial e agrícola, sendo o ramo sucroalcooleiro e a metalurgia as mais significativas, com importância regional e nacional. Ribeirão Preto é referência nacional em serviços de saúde, atraindo pessoas de todo Brasil para sua rede de consultórios, laboratórios, hemocentro e hospitais, principalmente para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Esse setor encadeia-se diretamente com a rede de comércio e serviços de apoio (laboratórios, clínicas, comércio de equipamentos e material de saúde, etc.) e com os segmentos industriais especializados implantados em seu entorno.




TRECHOS DA HISTÓRIA


A fundação oficial de Ribeirão Preto ocorreu em 19 e junho de 1856. A data, definida por um estudo do historiador Osmani Emoaba da Costa, marca o nascimento do município, localizado entre o córrego do Retiro e o Ribeirão Preto, a partir de 145 hectares de terras doadas por fazendeiros para construção da capela de São Se - bastião, eleito o padroeiro da cidade. De início, surgiu como povoado de São Sebastião do Ribeirão, eleito o padroeiro da cidade. Passou a freguesia, depois a vila, e em 1889, no ano da Proclamação da República do país, Ribeirão Preto foi elevada à categoria de município.


A primeira Igreja Matriz de Ribeirão Preto foi inaugurada em 1868, onde hoje está a Praça XV de Novembro, no Centro da cidade. Em 1995, foi colocada uma placa no local, registrando como o “marco zero” de Ribeirão Preto. A inauguração, em 1883, da primeira Estação da Companhia Mogia na de Estrada de Ferro, não apenas favoreceu o escoamento da produção de café e facilitou a chegada de imigrantes como também tornou o município um centro distribuidor de mercadorias para as fazendas e outras cidades, projetando a cidade nacional e internacionalmente enquanto durou o ciclo cafeeiro até a crise econômica dos Estados Unidos, em 1929.


No início da década de 1970, a região produzia, anualmente, 30 toneladas de cana-de-açúcar por hectare. À mesma época, Ribeirão Preto vivenciou o desenvolvimento do comércio, da indústria e da construção civil. Foram erguidos imponentes palacetes e o primeiro prédio vertical, o Edifício Diederichsen, construído no Centro, na década de 1930. Foi nessa primeira metade do século 20 que nasceu a Companhia Cervejeira Paulista, fundada por imigrantes alemães em 25 de abril de 1913. A empresa escreveu um capítulo importante da história da cidade. Adquirida pela Cia. Antarctica Paulista (que em 1973 formaria a Cia. Antarctica Niger), foi responsável por grande parte do desenvolvimento urbano de Ribeirão Preto.


Em 1927, comprou terrenos próximos à Praça XV de Novembro, na região central, e investiu na construção de um teatro de ópera, um edifício comercial e um hotel, aquecendo a economia municipal e dando origem ao “Quarteirão Paulista”, considerado hoje um patrimônio histórico e cultural do município. A partir de seu primeiro bairro — o Centro —, inicialmente marcado pelos imponentes palacetes que abrigavam os “coronéis do café” durante sua estada na região, a cidade assistiu a uma progressiva expansão urbana, para além do quadrilátero central, constituído pelas avenidas Jerônimo Gonçalves, Francisco Junqueira, Independência e Nove de Julho. A chegada de imigrantes para trabalhar nas lavouras e o incremento do comércio e da indústria foram determinantes para o crescimento populacional, que ocorreu em todas as direções, e a consequente urbanização, verificada nos dias atuais.


Nas páginas desta edição, acompanhe reportagens especiais com detalhes sobre como Ribeirão Preto chega a seus 168 anos no tocante aos principais setores a afetarem a vida cotidiana de seus moradores: Economia, Infraestrutura e Mobilidade, Saúde, Educação e Meio Ambiente.

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