40 anos de Karatê-Dô

40 anos de Karatê-Dô

Para Felício, usar o Karatê somente para finalidades esportivas é o mesmo que usar diamante como peso de papel


Felício Bombonato, professor de Karatê-Dô,  Tai Chi Pai Lin e Atitude Mental Positiva, conheceu a arte marcial por indicação de seu irmão, que em julho de 1973 o levou para a primeira aula de Karatê-Dô com o médico e professor José Carlos Tégulo. Naquela época, o Karatê era uma arte praticamente nova no Brasil, pois foi introduzida por imigrantes japoneses na décadade 1950. Desde então, Felício dedica-se à filosofia de vida da arte trazida do oriente.

Por ter sido, desde o início, aluno do sensei Juichi Sagara, responsável pela introdução e difusão da arte no Brasil, Bombonato conta que teve a oportunidade de aprender as lições filosóficas da arte, que trata também de questões da espiritualidade e da mente. Essa prática, segundo Bombonato, é muito difundida pelos orientais. No entanto,  tais ensinamentos foram deixados de lado por alguns professores da arte no ocidente. “O karatê não se trata de você vencer o seu oponente e ganhar medalhas, mas vencer a si mesmo”, salienta.

Felício se sente privilegiado por ter conhecido os mestres responsáveis pela difusão da arte no país e, de certa forma, contribuído para uma aproximação entre as diferentes culturas. “Felizmente existem pessoas que, assim como eu, tiveram acesso aos grandes mestres que troxeram esta arte para o Brasil e que continuam preconizando a arte juntamente com a sua filosofia”, afirma o professor.

Para Felício, usar o Karatê somente para finalidades esportivas é o mesmo que usar diamante como peso de papel.

A arte Zen
Segundo Felício Bombonato, o termo Karate-Dô é vulgarmente interpretado no Brasil como a “arte das mãos vazias”. O professor explica que este é um conceito muito razo e acanhado. “Karatê significa você colocar a sua mente na onda do vazio pleno, para que possa enchê-la de sabedoria. Isso é o que significa ‘Kara’. Este é o estado de permanência no presente, utilizado na filosofia Zen, pois, se você não está com o pensamento focado no presente, você não tem consciência do que você está pensando, então, você não pode ter crescimento interior”, salienta. O termo “Dô”, nas palavras do professor, significa “modo de vida”. “É o modo como você vai seguir a sua vida”.

A ideia no Karatê, segundo Felício, é o aluno fixar a atenção naquilo que está fazendo, e através disso buscar fazer o seu melhor. “O Karatê é uma Arte Marcial e arte é a ciência de sempre fazer melhor! Então, através do karatê, você utiliza técnicas para aperfeiçoar o seu espírito”, conclui.

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Texto: Bruno Silva
Foto: Ibraim Leão

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