
Dia da Pizza: com gosto peculiar, Brasil é o segundo maior consumidor do prato italiano
Cerca de duas milhões de pizzas são consumidas por dia no país que comemora, desde 1985, o Dia da Pizza em 10 de julho; entenda
O Dia da Pizza é celebrado no dia 10 de julho no Brasil, uma data que homenageia um dos pratos mais amados e versáteis da culinária mundial. A data foi instituída em 1985 pelo então secretário de turismo de São Paulo, Caio Luiz de Carvalho, ao final de um concurso estadual que elegeu as 10 melhores receitas de pizza de mussarela e margherita. A popularidade do evento foi tão grande que se decidiu criar um dia especial para celebrar essa iguaria em todo o país.
Os números do consumo de pizza no Brasil são gigantescos. São mais de 35 mil pizzarias produzindo uma média de duas milhões de pizzas por dia. O país só fica atrás dos Estados Unidos. Os números são da Associação de Pizzarias Unidas do Brasil (Apubra). Somente no principal aplicativo de delivery do país foram vendidas mais de 150 milhões de pizzas no ano passado. Houve um aumento de 11% no número de pizzarias entre os anos de 2022 e 2023.
E se São Paulo é a segunda cidade que mais consome pizza no mundo, ficando atrás apenas de Nova York, Ribeirão Preto segue a tendência da capital. Embora não existam números exatos atualizados sobre o consumo de pizza na cidade, há uma alta demanda e uma diversidade de estabelecimentos especializados na produção de pizzas.
A concorrência também é alta. “É preciso oferecer sabores clássicos como a Margherita (Mozzarella, tomate cereja e manjericão) e também sabores autorais, como queijo brie com geleia de amora, por exemplo”, explica o maestro pizzaiolo Vinicius Giavoni (foto ao lado). “Escolhemos esse caminho porque a pizza é sobre isso. Consegue atender o público que não abre mão da tradição e também aquele que está aberto a novas experiências”.
História
Estima-se que, globalmente, são consumidas cerca de 5 bilhões de pizzas por ano. “Na Itália, berço da pizza, a produção é também significativa, mas o consumo é mais moderado em comparação com os EUA, focando na qualidade e nas tradições culinárias”, explica o pesquisador e chef italiano Claudio Sadler.
A história da pizza remonta à Antiguidade. Civilizações antigas, como os egípcios e os gregos, já produziam algo semelhante ao que conhecemos hoje como pizza: pães achatados cobertos com azeite e especiarias. “É a transição do homem caçador para o agricultor que, com as sementes coletadas, moídas e amassadas com água, prepara uma massa para ser cozida, colocada sobre pedras quentes”, conta o pesquisador.
No entanto, a pizza como a conhecemos hoje começou a tomar forma em Nápoles, na Itália, no século XVIII. Os napolitanos começaram a adicionar tomate ao pão, criando a "pizza marinara". A pizza margherita, feita em homenagem à rainha Margherita di Savoia, foi criada em 1889 pelo pizzaiolo Raffaele Esposito, que utilizou tomate, mussarela e manjericão para representar as cores da bandeira italiana.
Desde então, a pizza se espalhou pelo mundo, sendo adaptada e reinventada em cada cultura que a adotou. No Brasil, a pizza chegou com os imigrantes italianos e evoluiu com ingredientes regionais e sabores inusitados. “Eu adoro pizza de hot holl”, exemplifica a arquiteta Priscila Mendes, que frequenta ocasionalmente um restaurante que oferece rodízio de pizzas e sabores inusitados, em Ribeirão Preto, como pizza de coxinha de frango ou de pudim.
E sobre o hábito de consumo local, o maestro pizzaiolo Vinícius brinca. “Ainda bem que aqui no Brasil existe a meio a meio. Assim a família não briga na hora de pedir a pizza. Espero que um italiano não leia essa reportagem”.
Fotos: Divulgação