Com inspiração em atletas da região, meninos sonham em ser jogadores de futebol
Jovens de Sertãozinho se espelham em Éder Militão e Helinho para conseguirem trilhar um caminho no esporte
Sertãozinho tem se tornado um celeiro de jogadores de futebol profissionais. Do município, já saíram atletas como Éder Militão, que acabou de ser vendido ao Porto de Portugal, em uma transação milionária, e Helinho, do São Paulo.
Com inspiração nestes atletas, adolescentes da região vão até a cidade em busca de oportunidades em grandes times do futebol nacional. É o caso de João Pedro Silva de Moura, de 15 anos. O garoto nasceu em Sertãozinho, mas vive com a família em Barrinha, cidade da região. “Jogo de meia. Meu primeiro sonho é me tornar jogador profissional, depois ir para a Europa e, dessa forma, conseguir ser o melhor do mundo”.
Moura conta que saber que o local onde treina já revelou profissionais traz mais motivação para correr atrás de seu sonho. “Me motiva muito, apesar de não conhecê-los pessoalmente, eles são minhas grandes inspirações no momento, os dois já passaram pelo Camisa 10. Por que não posso conseguir também?”, questiona Moura.
Para Axel William Hermácora Pereira, também de 15 anos, não é diferente. O garoto nasceu em Jaboticabal, mora em Ribeirão Preto e, semanalmente, vai para Sertãozinho para treinar e buscar uma oportunidade.
Zagueiro, ele também sonha em trabalhar em um grande clube. “Meus sonhos no futebol são entrar em um grande time, ganhar meu espaço, ir para a Europa, para a Seleção brasileira e conquistar vários títulos importantes. Quero ser um dia a inspiração para outras crianças”, conta o jovem.
Visão do professor
O treinador Agnello Souza, que é o responsável por revelar alguns jogadores famosos, fala sobre o que é necessário para trilhar um caminho no futebol. “O funil é muito estreito. Quando preparamos um garoto, sempre existem várias opções, mas quando começamos a encaminhá-los, o caminho encurta e fica mais difícil. Primeiro o foco é trabalhar bastante. Abdicar de várias coisas como as noitadas e festas. A concentração é importante. O garoto precisa focar no trabalho sem deixar o estudo”, explica Souza.
Para ele, os trabalhos de uma escola de futebol são uma coisa, o trabalho de uma escola formadora é outra e uma base de futebol tem o nível de dificuldade ainda maior.
“Para chegar à base é preciso ter muito foco, dedicação e abdicação. Tenho na minha escola meninos com um potencial enorme, mas eles não deixam de sair. Tenho garotos que já se perderam em vaidade e esqueceram de fazer o que é preciso. É necessário saber equilibrar essas coisas, ter um bom treinamento e um bom descanso, mas não deixar de ser criança. Muitos garotos chegam aos clubes e já acham que são jogadores. Se perdem com a vaidade. Às vezes o garoto tem uma capacita enorme, mas é mal orientado. É importante ter uma boa assessoria”, finaliza o treinador.
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