Com Dia das Mães e Agrishow, comércio de Ribeirão Preto registrou queda em maio

Com Dia das Mães e Agrishow, comércio de Ribeirão Preto registrou queda em maio

Pesquisa mostra que vendas caíram 3,5% no mês em relação ao mesmo período do ano passado; obras e incerteza econômica são possíveis causas

As vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto tiveram uma queda média de 3,5%, em maio de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que aponta levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas). 
 

Para efeito de comparação, segundo dados da Serasa Experian, o nível médio de atividade do Comércio, no Brasil, teve redução de 3,2% na semana que antecedeu a segunda data mais importante do calendário varejista, na comparação com 2023. Na cidade de São Paulo, o indicador apresentou queda de 4,7%.

 

“Em Ribeirão Preto, a queda só não foi maior porque tivemos a Agrishow e o Ribeirão Rodeo, no comecinho de maio, além do Dia das Mães. O fato de sermos uma capital regional de consumo, que recebe milhares de clientes das cidades do entorno, também ajudou a amenizar a situação. Resumindo: tivemos um leve pico de vendas, nos primeiros de maio, e, depois, uma queda de performance no restante do mês”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL.

 

Obras e incertezas

 

Segundo Galli, a pesquisa ainda revelou que, assim como ocorreu em abril, os impactos das obras de mobilidade contribuíram para o resultado negativo do Comércio Varejista em maio. “É bem verdade que as obras avançaram e, com isso, tivemos a liberação de algumas vias importantes. No entanto, outras vias foram interditadas. O fato é que grande parte dos consumidores evitou não somente aos trechos em obras, mas, também, às regiões no entorno das intervenções: centro, Av. Nove de Julho e Av. Treze de Maio. Na Av. Dom Pedro I, no Ipiranga, a proibição total de estacionamento continuou impactando os comerciantes que, segundo pesquisa realizada pelo CPV SINCOVARP/CDL RP, tiveram queda média de -45% nas vendas desde que o corredor de ônibus começou a funcionar na via em outubro de 2022. O movimento de clientes caiu -42% e a empregabilidade -33%”.

 

O pesquisador destaca que a incerteza com a economia também influenciou o desempenho negativo do Varejo em Ribeirão Preto e região. “Os impactos socioeconômicos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, geraram grande temor em diversos segmentos da cadeia produtiva nacional. De certa forma, essa notícia parece ter inibido o consumo. Outros fatores são o alto nível de endividamento da população brasileira e a aceleração da inflação que foi de 0,46%, em maio, ante 0,38% em abril”, observa.

 

Empregabilidade


A média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas no Varejo de Ribeirão Preto, em maio, foi levemente positiva em 0,5%, apontando para uma estabilidade. Esperando vendas mais aquecidas, especialmente com o Dia das Mães, alguns lojistas reforçaram suas equipes, porém, tal expectativa não se concretizou.


Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDL de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes) registrou, em maio, média de 3,0 pontos (ante 2,6 pontos em abril), classificado como de regular para positivo. O índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes), registrou média de 2,8 pontos (ante 2,7 no mês anterior), também classificado como de regular para positivo.

 

“Aqui percebemos a esperança dos lojistas de que o mês de junho (curto prazo), com Dia dos Namorados, temporada de festas juninas e chegada de frio mais intenso, possa impulsionar as vendas gerando uma certa recuperação. No longo prazo, a expectativa é mais pessimista muito por causa dos prováveis impactos do cenário eleitoral e da insegurança sobre o futuro da economia. Desde a pandemia, a vida do Varejo não tem sido fácil. Com a chegada da vacina e o fim das severas restrições, o setor chegou a ter uma fase de recuperação, até porque havia uma demanda muito reprimida. No entanto, de 2023 para cá o ritmo não vem mantendo a força de que tanto precisa”, finaliza Galli.

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