Presidente da Multiplan é o patrono da 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto
Presidente e fundador da Multiplan receberá uma homenagem na exposição "Espantalhos"

Presidente da Multiplan é o patrono da 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto

José Isaac Peres será homenageado na exposição "Espantalhos" que retrata a primeira vez que o empresário chegou à Ribeirão Preto

O presidente e fundador da Multiplan, José Isaac Peres, é o patrono da 21ª  Feira Internacional do Livro (FIL) de Ribeirão Preto, e receberá uma homenagem na exposição "Espantalhos", que reúne obras de artistas da cidade com produções inéditas e obras de Odila Mestriner. A mostra acontece do dia 17 a 30 de agosto, no Jardim Suspenso do RibeirãoShopping, e tem a iniciativa da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. 

 

A exposição "Espantalhos" apresenta os primeiros passos do empresário no município, quando ainda procurava uma área para a instalação do RibeirãoShopping. Na ocasião ele se deparou com um espantalho que cuidava daquelas terras, de toda semeadura e prosperidade que poderia nascer no terreno.  

 

"Quando cheguei aqui, em 1979, optei por investir em uma área afastada do centro e praticamente inexplorada. Meu cliente mais próximo, mesmo que não consumindo, era o espantalho", recorda José Isaac Peres sobre a escolha do local para implementação do shopping, que se tornou, ao longo dos anos, um vetor de desenvolvimento urbano que fez com que a cidade crescesse e prosperasse cada vez mais. 

 

Simbolicamente, o espantalho é um personagem recorrente nas narrativas rurais e literárias, inspirando inclusive Monteiro Lobato. E essa simbologia inspirou, também, a Fundação do Livro e Leitura na montagem da exposição "Espantalhos". Cinco artistas de Ribeirão Preto e da França construíram obras remetendo ao tema central do projeto, são eles: Cordeiro de Sá, Elson Spósito, Jair Correia, Marina Dias e Márcia de Carvalho. Os espantalhos ficarão expostos no empreendimento até o dia 30 de agosto. Após esse período, parte da exposição será transferida para o Parque das Artes. 

 

A mostra traz ainda as obras da ribeirãopretana Odila Mestriner (1928-2009), conhecida nacionalmente, que pintou, ao longo de sua carreira, algumas telas com o espantalho como personagem principal. "Além da relação temática, será uma excelente oportunidade de enaltecer, a partir de uma atividade educativa, a trajetória artística de Mestriner", comenta Dulce Neves, presidente da Fundação do Livro e Leitura. 

 

Arte em forma de meias 

 

Outras oito peças inéditas também foram produzidas pelas artistas irmãs, Márcia de Carvalho e Luciana de Carvalho Junqueira, usando meias como matéria-prima, doadas através de uma campanha de arrecadação de meias usadas, promovida pelo RibeirãoShopping, transformadas em quatro quadros e quatro esculturas, inspiradas nas obras de Cândido Portinari. Márcia de Carvalho nasceu no Brasil, mas, hoje, mora em Paris, na França. Lá fundou a Chaussettes Orphelines, uma associação que transforma toneladas de meias em fios, criando assim um processo inovador de construção de roupas e esculturas. Essa ideia a fez ganhar diversos prêmios na capital francesa. "As obras estão incríveis, já mostrei em uma galeria em Londres e vamos expor em Paris. É inspirador, são peças que vão além da arte e que abordam o meio ambiente e a inclusão", destaca Márcia de Carvalho. 

 

Obras 

 

Os cinco artistas participantes se inspirarem nas várias nuances do tema norteador da exposição. O artista Jair Correia criou "O Espantalho do Imperador" com uma leitura contemporânea. "É um misto de humano e vegetal, homem e árvore, carne e madeira. A proposta é evidenciar o quanto somos necessários para a proteção da natureza e quanto dela dependemos", comenta o artista. 

 

Já Cordeiro de Sá destaca que um projeto de espantalho já permeava suas ideias há um bom tempo, e que voltou aos seus pensamentos durante a pandemia e o distanciamento social. "Em vez de afastar e assustar, preferi sugerir um abraço. A escolha do aço, contrasta com o movimento de um primeiro passo. A linha 'cartunesca' é amigável, reforçada por um coração e uma lua, que é como um sorriso", explica o artista que dedicou sua obra às crianças e à sua filha. 

 

A artista Marina Dias usou como referência os povos e religiões africanas, pensando nas mulheres que trabalharam nos canaviais – como era o terreno do atual RibeirãoShopping. "A escultura também é um resgate histórico e uma homenagem à população negra que, com a força do trabalho, trouxe o desenvolvimento econômico do país e da região de Ribeirão Preto", diz Marina Dias.  

 

Para Elson Sposito, participar dessa exposição foi como resgatar uma memória da infância, quando ia até as fazendas da região de Jardinópolis e avistava, no horizonte, a figura de um espantalho. "Ele era o protagonista daquela paisagem. E faço uma releitura das obras de Candido Portinari, que utilizava a imagem dos espantalhos da região de Brodowski", conta o artista. 

 

21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto 

 

A FIL será realizada de 20 a 28 de agosto de 2022, com cerimônia de abertura no dia 19 de agosto, de forma híbrida, ou seja, presencial em vários locais de Ribeirão Preto e com algumas atividades transmitidas ao vivo através da plataforma oficial da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, organizadora do evento. Nesta 21ª edição, que tem o tema "Do Caburaí ao Chuí: a força da literatura brasileira", a FIL contará com diversas atividades artísticas, literárias e culturais, durante 10 dias. Os homenageados são: o escritor Ariano Suassuna, Carolina Maria de Jesus, Daniel Munduruku, Magda Soares, João Augusto, Isaac Peres e Isabel Cassanta. 

 

No ano passado, o evento foi realizado em formato 100% digital, em função do avanço do Coronavírus (Covid-19) no país. Nesta primeira edição on-line, alcançou 30 mil pessoas, em 27 países, em 110 horas de programação. 


Foto: Divulgação

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