Clubes de leitura ganham cada vez mais adeptos em Ribeirão Preto
Ganhando forças entre os amantes dos livros, os clubes de leitura em Ribeirão Preto tem um gostinho especial na Degustadora de Histórias, tradicional sebo e livraria da cidade
Os clubes de leitura, ao longo dos anos, têm desempenhado um papel significativo na promoção da leitura, na construção de comunidades literárias e na celebração da diversidade literária. Um dos grandes atrativos dos clubes de leitura reside na oportunidade que oferecem aos participantes para expandir seus horizontes literários, explorando obras que talvez não escolheriam por conta própria. Um local tradicional para encontro de leitores em Ribeirão Preto é A Degustadora de Histórias, da Melissa Velludo. Localizado no centro da cidade, ele recebe grupos diversos que permitem as mais brilhantes trocas entre os integrantes.
Uma participante ativa é a administradora Vanessa Benko, que sai de Batatais para os encontros. Para ela, o objetivo dos clubes de livros é conhecer novos e desafiadores livros. "Hoje entendo que tal participação agrega constantemente na minha formação como ser humano, ao me possibilitar conhecer contextos diferentes e principalmente, ter a oportunidade de assimilar diferentes opiniões sobre uma mesma obra e suas passagens. Ampliar meu conceito de diversidade humana certamente me tornou uma leitora (e pessoa) mais empática e observadora.", comentou.
Além disso, Vanessa cita que ao ler um livro, carrega-se na leitura as experiências próprias e, ao discutir, pode-se observar o contexto através de diferentes olhares, o que é parte da enriquecedora do processo. "Às vezes uma passagem que passou batido, para a outra pessoa do clube trouxe um significado imenso. Então a discussão traz uma bagagem para o livro que certamente não teríamos ao ler sozinhos. Diferentes perspectivas sobre um mesmo acontecimento nos dá a chance de evoluirmos como pessoas, não apenas como leitores.", frisou.
Além de participar dos tradicionais clubes de leitura presenciais, a leitora voraz, Vanessa Benko, participa, também, de clubes de leitura on-line, que se tornaram uma febre com a pandemia e acabaram caindo no gosto dos leitores. "Você tem a oportunidade de conhecer pessoas de todas as regiões e viajar sem sair de casa. Claro que encontros presenciais geram um ambiente mais intimista de muito proveito. Mas clubes online facilitam até mesmo a questão de gastos de deslocamentos e a facilidade de pode acessar de onde estiver", finalizou a leitora.
A Degustadora de Histórias nasceu como sebo e livraria, da paixão pela literatura da proprietária, Melissa Velludo. No início tinham apenas um clube de leitura, mas com o tempo e com o interesse das pessoas pela modalidade, para poder compartilhar suas impressões sobre as obras, foram aumentando e hoje contam com 13 clubes de leitura, além de uma cafeteria e uma pequena editora.
"Os clubes de leitura têm um papel muito importante na formação de leitores e na manutenção do hábito da leitura. Ler é um ato solitário, mas quando participamos de um clube de leitura essa atividade deixa de ser individual e passa a ser um ato social, coletivo, incentivando e ajudando na manutenção desse hábito.", comentou Melissa Velludo, dona do sebo e livraria A Degustadora de Histórias.
Além disso, para Melissa a experiência de leitura passa a ser outra quando se faz parte de um clube de leitura, especialmente um clube presencial já que cada participante traz a sua visão sobre o livro e isso vai enriquecendo a discussão e faz os leitores entenderem melhor a obra.
Clube do Puntel
O recém-lançado clube do livro do professor e escritor ribeirãpretano Luiz Puntel, já é sucesso. Espelhado no sucesso que foi o clube de 2023, que acontecia no Ribeirão Shopping, a versão 2024 vai seguir o mesmo formato: encontros a cada 15 dias e formado por leitores vorazes: analisaram mais de 20 livros em 12 meses
Este ano, o primeiro a ser analisado é o livro de autoria do próprio professor Puntel: Cama de Girassóis. "Eu entendo este trabalho como um trabalho de resistência, de resiliência, de continuarmos firmes e fortes. A gente que trabalha com literatura, em um mundo cada vez mais volátil, ou seja, o mundo das redes sociais, sem desmerecer ou demonizá-las, precisa continuar pelas pessoas que estão interessadas", comentou o professor.
Foto: Luan Porto
