Testemunhas de acusação do caso Luana Reis são ouvidas em Ribeirão Preto
No dia 8 de abril de 2016, Luana Barbosa dos Reis, de 34 anos, foi abordada pela Polícia Militar no seu bairro, Jardim Paiva II

Testemunhas de acusação do caso Luana Reis são ouvidas em Ribeirão Preto

Luana morreu após traumatismo craniano-encefálico, com isquemia cerebral, em decorrência de espancamento, segundo laudo do IML

Aconteceu nessa quarta-feira, 18, a primeira audiência de instrução do caso Luana Barbosa dos Reis. Durante todo o dia, foram ouvidos relatos de seis testemunhas de acusação. A audiência terminou com a oitiva do médico legista, que fez a análise e constatou que Luana morreu de isquemia cerebral decorrente de espancamento. Uma nova audiência de continuação será marcada para que sejam ouvidos os demais depoentes de acusação e defesa. Nessa quarta foram ouvidas seis das 26 testemunhas do caso.

Em 2016, Luana Barbosa dos Reis, de 34 anos, foi abordada pela Polícia Militar no seu bairro, Jardim Paiva II, em Ribeirão Preto. Após exigir que a revista fosse feita por uma policial militar feminino, como estabelece a legislação brasileira, Luana teria sido agredida pelos PMs.

Segundo o advogado de acusação do caso, Daniel Rondi, a audiência começou com o levantamento de uma questão de ordem devido à falta de quatro testemunhas ouvidas na primeira fase policial. “Consta no próprio procedimento de proteção um arquivamento especial e a gente requeria esse acesso, e no momento ele não tinha ali. Então foi levantada uma questão de ordem, a juíza ficou de analisar isso como uma questão relevante, até pra que se pudesse avaliar a oitiva dessas pessoas que teriam visto e presenciado fatos relevantes para o processo. A partir de então, começou a transcorrer o início da instrução probatória”, relata o advogado. 

Além disso, ocorreram, também, seções de reconhecimento. Os réus foram colocados junto de outros policiais em salas próprias para essas ações e foram apontados, pelas testemunhas de acusação. Luan, filho de Luana, fez o reconhecimento de forma enfática. Segundo Rondi, as testemunhas confirmam o que disseram na fase processual, que houve a abordagem policial e que Luana estava bem antes disso. “Os parentes da vítima depuseram detalhes contundentes de toda a narrativa de fatos que geraram essa infeliz tragédia, a morte da Luana. Nós tivemos bastante convicção no que foi ouvido pela responsabilização dos acusados. A assistência de acusação entende, com bastante rigor, que já existem elementos nos autos para que esses policiais sejam pronunciados e levados ao plenário do júri”, afirma. 

O advogado Paulo Maximiano Junqueira Neto, que defende o PM  Fabio Donizeti Pultz, acusado no caso, descreveu a audiência como excelente. “Eu acho que foi esclarecedor. Para mim, por exemplo, eles teriam que ser absolvidos sumariamente”, concluiu.

Manifestações



A audiência atraiu manifestantes de outras cidades e Estados. Representantes de movimentos do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, acompanharam toda a audiência em frente ao Fórum juntamento aos representantes do movimento da cidade. 

Com cartazes, camisetas e dizeres que lembravam o caso, os manifestantes deram suporte à família, afirmando que buscam Justiça e visibilidade no caso. 


Sob supervisão de Marina Aranha.


Fotos: Reprodução Facebook e Líria Machado

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