E O BRASIL PEGOU CARONA NA CAUDA DO COMETA

E O BRASIL PEGOU CARONA NA CAUDA DO COMETA

E O BRASIL PEGOU CARONA NA CAUDA DO COMETA
(Professor Luiz Cláudio Jubilato)

Ontem o INEP divulgou as notas de redação do ENEM 2024. Apenas 12 delas atingiram a nota máxima. Apesar de tal fato chamar atenção, o que me deixou estupefato foi a desculpa esfarrapada, de um envergonhado ministro da educação, Camilo Santana: "Com o aumento do número de inscritos, é normal cair a média". Juro que, depois de mais de quarenta anos de profissão, não ouvi tal besteira: "E olha que aluno é criativo para dar desculpa para não ter feito o que deveria".

Vale "meme". Somos muito mais criativos em criar 'memes' do que em redigir provas de redação". O PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) atesta, há muito tempo, que somos totalmente incompetentes em matemática e análise de textos.
Chamou-me atenção, além da desculpa esfarrapada, a média geral em queda livre, de fato. "Estamos falidos", não atingimos nenhum dos objetivos traçados pelo governo para a educação, ao contrário, convivemos com cortes em cima de cortes de verbas para as escolas e universidades públicas.

Há um problema estrutural, quando nos atentamos ao ENEM: "Uma prova nacional" em um país tão desigual, em que até o acesso à internet, é um problema, há um abismo entre as escolas públicas e as privadas e outro entre as regiões ricas os pobres, basta analisar o questionário socioeconômico, insisto. Das 12 notas máximas, apenas uma vem de uma escola pública.

Se "educação" é uma parceria entre escolas e família, onde estão as famílias nesse processo ENEM? Matricular os filhos em escolas particulares e deixá-los nas mãos da escola é pura ilusão. Ilusão maior é matriculá-los em uma escola onde um aluno tirou nota máxima, como se ela fosse a melhor do mundo. Ilusão do aluno: abraçar os "modelos de redação que pululam na internet e nas escolas. Que tipo de professores estamos criando? Que tipo de escola estamos criando? E ainda queremos um sistema educacional produtivo?

Por que será que o "nordeste" (40 graus acima de zero) sempre apresenta melhores resultados do que os ricos estados do sul e sudeste? Será porque entende "educação", como conhecimento e não como massacre de informação e "decoreba"? Esses fatores deveriam ser melhor estudados do que a Finlândia (12 graus abaixo de zero): modelo para o mundo.

O Presidente Lula que prefere uma esteira a um livro, não estudou, porque preferiu abraçar a profissão de político, não é um exemplo, como não o são outros candidatos à presidência que nunca estudaram por motivos semelhantes.

O Presidente sancionou a lei que tira o smartphone de sala de aula, mas não assinou a que tira da sala de casa. Alunos e professores sofrerão de uma doença: abstinência. Tire da sala de casa e o efeito será o mesmo.

Há três anos, em um debate promovido para discutir o tema, dos cinco debatedores, dois pediram licença para atender a ligações: um deles discutia com a esposa, em alto e bom som, sobre quem buscaria a filha na escola de balé.

A Finlândia, governada por um primeiro ministro populista, de extrema-direita, aboliu o smartfone em sala de aula. Os outros países ricos, balançando entre o racismo e o extremismo de esquerda ou de direita, tomaram a mesma atitude.

E o Brasil? Cheio de "achismos" e não de "estudos sobre o tema", refém das próximas eleições e dos acordos espúrios, pegou carona na cauda do cometa. Mas, e a tal parceria família-escola? Veremos. Você chegou ate aqui? Representa 0,0001% da população que não lê sequer um parágrafo. Se lê, não entende

Compartilhar: