
2024: !ntrospectativa
(Eu/Luke/
O Boca do Inferno)
É hora da retrospectiva? Estudar a história, para aprendermos com o passado? Não aprendemos com ela. Somos maus alunos, só estudamos para as provas, não para saber.
Se tivéssemos aprendido com o passado, não haveria em gama de racistas, fascistas, nazistas, intelectualoides, radicais, golpistas, arrivistas, vendedores de armas, "fomentadores de guerras" dentre tantos corruptos de pequeno porte ou grandes de poder, cultivadores do próprio umbigo, politiqueiros de toda ordem alimentando-se do sangue dos correligionários.
Então devemos viver apenas o "carpe diem"? Sei lá! Quem sabe? Não tenho fórmulas, se as tivesse, discutiria política, não só a politicagem, exporia minhas convicções sem ser rotulado disso ou daquilo, sem perder "amigos", sem ter que me afastar de membros da família, sem violentar minha fala, para não ser agredido ou ameaçado. Autocensura? Sim. A pior forma de censura é a autocensura, que não podemos confundir com hipocrisia. A autocensura sufoca, estupra, mata. Em determinado momento de raiva, explode na forma de agressão. Palavra doí mais que porrada, mais que faca amolada.
A hipocrisia do passado foi recuperada. Por quê? Porque somos péssimos alunos: O dicionário da universidade de Oxford constatou que a expressão "brain rot"(cérebro podre) foi a mais procurada na internet 2024. Curiosamente, foi usada pela primeira vez em 1854 por Henry David Thoreau, no livro "Walden", devido à valorização de conteúdos superficiais em detrimento de conteúdos complexos. Ironicamente, comparava esse comportamento, com o apodrecimento das batatas. A outra é empatia: "capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende". É possível ser solidário, mas empático? Pense bem? Nem gêmeos univitelinos conseguem. Modismos se tornam sinônimos de verdades absolutas, como Mindset, Coaching, Mentoria, autoajuda viraram sinônimo de "esperteza", "enganação", "picaretagem". Mudam-se os nomes, porém os mosquitos continuam os mesmos. Somos péssimos alunos.
2024 é o ano em que vivemos em perigo, como os de 2023, 2022... 1914...1939...1980...1992... 1939... sempre por culpa dos mesmos ingredientes: burrice crônica, fé cega (faca amolada), ganância desmedida e poder (o povo se mata, enquanto os donos do povo tomam cafezinho fazendo conchavos no Congresso).
O pai do terraplanismo contemporâneo, o britânico Samuel Birley Rowbotham (1816-1884) citava a fidelidade à palavra do deus cristão como uma de suas principais motivações. Em 2004, Daniel Shenton (não relacionado a Samuel) ressuscitou a Flat Earth Society, baseando-a em um fórum de discussão na internet disse que ninguém forneceu provas de que o mundo não é plano, apesar das evidências. O pastor do Colorado (Will Duffy) derrubou todas essas teorias, ao apresentar “o sol da meia noite” (só possível de ser observado em um planeta redondo), mesmo assim ainda há os cultivadores do que não sabem e não querem saber.
Tomara que 2024 nos faça estudar: estudar para saber e não para fazer provas que não medem sequer o conhecimento de quem as elaborou.
Somos péssimos alunos.