
Manuel- o clássico é sempre atual
Mesmo vivendo no século passado, em tempos de movimento ainda não frenético, Manuel Bandeira teve seu quinhão de multiplicidade e grande atividade.
E mesmo com tudo, como num vendaval que poderia levar tudo, assim como é nossa vida de hoje, rápida e efêmera, usou brilhantemente sua escrita, a poesia, como lastro e significação de vida.
Quem sabe aí, também esteja a nossa solução.
Usemos da poesia para reter os significados, apesar de todo vento, ter nossa vida cada vez mais cheia de tudo o que realmente importa.
Falemos de Manuel Bandeira
Manuel inspetor de ensino, Manuel professor, Manuel imortal da academia, Manuel canditado á deputado,Manuel palestrante, Manuel tradutor, Manuel oficialmente aposentado, Manuel extraordinariamente produtivo, Manuel biógrafo.
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos
E as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.