
Do jeitinho brasileiro de ser
Escrevi aqui, há um tempinho , sobre a inauguração da polêmica ciclovia da av Paulista, em São Paulo.
Neste final de semana, as bicicletas voltaram a ser destaque por conta de uma morte, por atropelamento, por elas causada, e novamente os jornais polemizam sobre a “disputa” de espaço entre ciclistas e pedestres.
Estive por lá na semana passada e pude vivenciar o que não chamo de disputa , mas de adequação.
Nosso jeitinho brasileiro tem em suas regras ( olha só! Regras!), e o não respeito às leis é quase um mote, “ as leis existem para serem descumpridas”.
Não vou dizer que sou exemplo de correção e disciplina.
Infelizmente passo longe, mas tento me adequar.
Há muitas leis impopulares e costumes arraigados.
Somos novatamente urbanos.
Jogar lixo na rua é um reflexo de que, fora das paredes da casa, lá na roça , era tudo terra, terreiro, lixo que virava comida, adubo, enfim, lixo que a terra degradava, também o lixo era bem diferente.
Se jogar o lixo moderno no seu “terreiro” não há natureza que degrade, por isso a importância do descarte, e pensar que , o fora da suas paredes, domínios, não é mais terreiro, é espaço público, espaço de todos, inclusive do “ dono do lixo”.
Difícil mudar a cabeça, não é?
O mesmo acontece com a regra de atravessar a rua na faixa de pedestres.
Coisa muito bem inventada para a segurança de todos, motoristas, pedestres, ciclistas, mas insistimos em atravessar no meio do quarteirão, afinal, não vem vindo ninguém.
E é aí que a coisa pega, quanto mais usado o espaço público, mais as regras de convivência precisam ser respeitadas.
A faixa é área de pedestre e todos, motoristas e ciclistas, devem estar alertas para isso.
Os motoristas estão mais treinados, mas nem tanto.
Quanto aos ciclistas, estes também devem estar atentos para o fato de conduzirem um veículo que é sujeito a acidentes, portanto devem conduzi-lo com o devido cuidado e no respeito às regras.
Já os pedestres, estes tem mais um veículo a observar antes de atravessar a rua, preferencialmente na faixa.
É tudo uma questão de respeito, disciplina e obediência. Não é?
Meu pai sempre diz, “ Seu espaço vai até onde o do outro começa”.
E eu digo, “ É tudo uma questão de tempo.”
Eliane Ratier- confiante no futuro