Adote um músico

Adote um músico

Desde 1986 Conservatório Contraponto oferece bolsas de estudos integrais a crianças e adolescentes carentes

Criado em 1985, o Conservatório Contraponto, desde 1986, realiza um trabalho junto à comunidade ribeirãopretana e oferece bolsas de estudos integrais a crianças e adolescentes em condição de vulnerabilidade social.

Geciane Porto, professora do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP), através do Núcleo de Pesquisas em Inovação, Gestão Empreendedora e Competitividade (INGTEC), em parceria com Elaine Souza, coordenadora do conservatório, em novembro de 2012 desenvolveu dois projetos: “Adote um Músico” e “Adote um Músico - São Paulo”.

O primeiro, aprovado junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Ribeirão Preto (CMDCA). Através desse projeto, pessoas físicas e jurídicas podem destinar parte de seu imposto de renda (IR), tornando possível o desenvolvimento das atividades. Pessoas físicas podem destinar até 6% e pessoas jurídicas 1%.

No segundo projeto, aprovado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), do Ministério da Cultura, pessoas físicas e jurícas poderão destinar seus impostos ao projeto.

“Conheci os projetos do conservatório em 2012. Eles já vinham desenvolvendo um trabalho muito bonito junto à sociedade carente. O ‘Adote um Músico’ visa formalizar e atender mais crianças”, explica Geciane Porto.

Atualmente, o Conservatório Contraponto atende nove bolsistas. Segundo Elaine Souza, esses alunos ainda não contam com os recursos arrecadados com os projetos do “Adote”. Os custos são todos arcados pela administração da própria escola, pois os projetos ainda aguardam o investimento das empresas através da destinação do IR.

Os dois projetos juntos, assim que tiverem os valores arrecados, disponibilizarão 60 bolsas de estudos para o ensino técnico de Música, com duração de 3 anos e reconhecido pelo MEC. “Com essa formação os alunos sairão do curso prontos para ministrar aulas em escolas da rede de ensino pública e privada, conforme a Lei Federal nº 11.769, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica”, ressalta Porto.

Contudo, a dificuldade para a realização do projeto ainda é a falta de investimento de empresas e empresários. “Estamos trabalhando, junto à nossa empresa de comunicação, para a divulgação do projeto. Esperamos que em breve consigamos a captação dos recursos”, sinaliza Porto.

Diretora do Conservatório Contraponto, Elaine Souza, ressalta importância de parceria

O Conservatório, durante 28 anos, trabalhou por conta própria para atender alguns talentos musicais que, na opinião de Elaine Souza, diretora da escola, não têm condições financeiras de aperfeiçoarem seus dons. “Existem muitos jovens talentosos espalhados pela cidade. Pretendemos ampliar nosso atendimento à eles. Por isso, a parceria com a USP tem sido importante”, revela a diretora.

Antes da parceria com a universidade, e sem os projetos de incentivos, hoje coordenados pela equipe da FEA-RP, muitas vezes a situação ficou difícil. “Nunca desistimos pelo amor à arte. Hoje a FEA disponibiliza uma equipe que cuida da elaboração dos projetos para arrecadação de recursos”, explica.

Empreendedorismo cultural
Mais de 400 crianças e adolescentes já passaram pelo Conservatório, atualmente, 86 crianças participam da “Orquestra Jovem Alvorada”, que leva música às crianças da Creche Alvorada - Associação Amigos de Boa Vontade, do bairro Jardim Trevo. O projeto “Orquestra Jovem Alvorada” também é mantido através do ProAC, que destina recursos para a compra de novos intrumentos.

Como investir
Para adotar um músico o interessado deve acessar o link da página e tirar as dúvidas.
Para manter somente um aluno no curso de música a escola tem que investir 4,5 mil reais por ano. 13,5 mil reais ao término do curso.
 
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Texto: Bruno Silva
Foto: Ibraim Leão e Carolina Alves

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